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domingo, 6 de maio de 2018

ANÁLISE DO VÍDEO: CRIANÇAS INVISÍVEIS. TRECHO BILÚ E JOÃO

Escritos e relatos aconteceram em 2012, publicado só agora 2018.



          VÍDEO: CRIANÇAS INVISÍVEIS BILÚ E JOÃO


INTRODUÇÃO


O vídeo “Crianças Invisíveis: Bilú e João” tem como tema principal o trabalho precoce voltado à realidade de crianças catadoras de lixo em grandes centros urbanos, uma realidade presente no Brasil inteiro. Nele mostra um dia na rotina de duas crianças, Bilú e João, na cidade de São Paulo, e como elas fazem pra conseguir dinheiro catando lixo na grande metrópole.

Outras questões sociais são apresentadas nesse curta-metragem que faz parte do filme “Crianças Invisíveis” (All The InvisibleChildren) como a pobreza, a desigualdade social e o trabalho infantil.

Paralelo ao filme traz-se à realidade das crianças catadoras de lixo da Cidade de Arcoverde, e como a cidade cuida desse assunto.
  

 DESENVOLVIMENTO


A baixa renda nas famílias brasileiras, na maioria das vezes, leva-as a encontrar meios alternativos de sobrevivência. Um deles é unir a família inteira para conseguir o sustento de cada dia, incluindo até as crianças.

Desta forma observamos que a renda familiar é insuficiente e a necessidade do uso do trabalho precoce se torna evidente, principalmente para as famílias que possuem crianças, o que aumenta suas despesas. 

Mas o uso do trabalho precoce já era uma realidade antes da coleta de lixo para a maioria das famílias. Nas famílias de catadores de lixo, as crianças em torno dos dez anos passam a se dedicar a esta atividade. (JUNCÁ, Denise. Ob. cit., p.110).

No caso do curta de Bilú e João, eles aparecem com característica de idade, entre 8 e 10 anos, saindo para catar papelão, alumínio, na cidade de São Paulo, em  busca de alguns reais para comprar tijolos. Para isso, não precisaram roubar, nem pedir. O vídeo ainda mostra alguns artifícios usados para conseguir dinheiro em pequenas trocas de favores.

 O filme se passa em um dia e uma noite sem levar a nenhum lugar especial e sem nenhum grande evento. Na circulação e nas trocas tudo tem valor: o espaço de trabalho, o carrinho que as crianças alugam para fazer transportes e todos os restos do consumo[1].

Uma parte atípica apresentada é que as crianças não estão envolvidas em coisas que geralmente as produções nacionais mostram como drogas, roubos, violência. Pelo contrário, fazem parte de uma cadeia produtiva muita mais ampla que São Paulo e sua periferia.

Outro ponto apresentado, e bem característico do brasileiro, é o otimismo do menino João, que mesmo não conseguindo muita coisa, sempre diz que “amanhã a gente continua”, sempre seguindo em frente, sem desanimar.

No final, um contraste bem explicitado: em primeiro plano a favela, e no fundo os prédios espelhados. Um quadro bem comum nas cidades brasileiras, a diferença social sempre presente.

Trazendo para a realidade regional, a cidade de Arcoverde no interior de Pernambuco, traz um apoio às famílias catadoras de lixo, assim como as crianças e jovens, como é relatado na reportagem abaixo:

Terça - 06/04/10 08h10, atualizado em 06/04/10.
Da Redação do pe360graus.com

“Iniciativa em Arcoverde começa a mudar a vida de jovens catadores: Arte e educação passaram a fazer parte do dia a dia das crianças, que começam a escrever um novo futuro”.



INICIATIVA EM ARCOVERDE COMEÇA A TIRAR CRIANÇAS DA ROTINA DE CATAR LIXO


A realidade de jovens que trocam a escola pelo lixão ainda está longe de mudar, em todo o Brasil. Mas, uma iniciativa que acontece em Arcoverde, no Sertão de Pernambuco, começa a dar outro final a essa história. Arte e educação passaram a fazer parte do dia-a-dia das crianças, que começam a escrever um novo futuro.

Uma vida sem brincadeiras, com muitas obrigações e sem tempo para a infância. Todos os dias,  O menor CMS (preservar nome), 14 anos, ajuda a retirar do lixo, o material reciclável para vender. Ele é o mais velho de nove irmãos, trabalha como gente grande, e está atrasado na escola.  Repetiu de ano 3 vezes. “Criança não devia trabalhar, mas é bom porque ajuda em casa. Criança devia estudar”, disse.

Desempregada, Maria do Socorro de Souza parece resignada com o trabalho precoce dos dois filhos mais velhos. A casa virou um depósito de material reciclável.  As crianças trabalhadoras não têm disposição para se dedicar aos livros.

“O futuro deles, se estudasse, seria melhor. Se eles não fossem catar plástico, papel, eles tinham interesse de estudar de manhã, e à tarde se interessava mais para fazer uma tarefa, ler um livro. Só que o jeito é esse”, falou.

A boa notícia é que tem gente mudando esta história. A rua do Lixo se transformou em um símbolo da reação dos voluntários contra a miséria, a exclusão social e o sofrimento de famílias inteiras, principalmente das crianças que moravam perto do lixão e viviam das sobras.

O antigo lixão não existe mais, porque a Fundação Terra trouxe a cor da esperança para 800 meninos e meninas, que conquistaram o direito de levar uma vida de criança. E têm sido assim há 25 anos “As crianças ficam marcadas, elas se sentem envergonhadas de dizer que moram no lixo, quando elas estão em outro ambiente. Aqui, o trabalho que a gente realiza é para resgatar essas pessoas, resgatar a dignidade através da cultura, da escola, de um curso profissionalizante, para que elas se sintam valorizadas e passem a acreditar que elas também podem”, disse o supervisor da Fundação, Wellington Santana.

Jurandir Onório é a prova do que uma oportunidade pode fazer. Há cinco anos ele aprendia as primeiras notas musicais e, hoje, retribui, ensinando outros meninos a tocar um instrumento. “É um sonho realizado”, garante.

Em um refúgio, as mães aprendem a costurar para que os filhos não precisem enfrentar o trabalho precoce. O Maracatu Sinhá entrou no ritmo da cidadania. Uma corte inteira festeja a oportunidade de estudar, brincar, de ter um futuro longe do lixo. Além disso, já estão de malas prontas para se apresentar na Alemanha, e os sonhos ganharam asas. “Nunca imaginei isso, vai ser ótimo”, falou a menor MM, 12 anos.

A sua mãe de acompanha orgulhosa os passos da filha. Catadora há 30 anos, Maria Marlene Sobral quer que menina possa ter um futuro bem diferente do dela. “Eu quero que ela tenha um futuro muito grande. O futuro que eu estou vendo ela, tendo muito orgulho também, dela estar aqui”, disse.

“A esperança que eu tenho é que, daqui, saia futuros homens e mulheres, dignos de exercer seus direitos e deveres perante a sociedade”, concluiu o professor de percussão, George Silva.

Como visto na reportagem, a arte e a educação estão fazendo parte da vida de várias crianças e adolescentes catadores de lixos de Arcoverde, sendo um exemplo para todo o Brasil. Nela, conta o assunto anteriormente levantado, onde as famílias de baixa renda se veem obrigadas a levar suas crianças e adolescentes para ajudar na renda, mas também mostra que mesmo nessa situação se pode pensar em um futuro melhor.

A Fundação Terra é citada como a “cor da esperança” para essas famílias, que além de dar assistências aos menores, também oferece às mães de família. O projeto dá música, arte, dança, cursos de costura, além de educação e uma maneira promissora de lidar com a questão social.



CONCLUSÃO


Por fim, depois de traçado o paralelo entre o filme a realidade de Arcoverde, conclui-se que a redução da pobreza e a luta contra as desigualdades sociais são as grandes prioridades para qualquer país.

É importante ressaltar que, apesar das mudanças positivas refletidas nos projetos sociais, as melhorias ainda são insuficientes para fazer com que o país dê um grande passo que precisaria.

A pobreza não é relacionada somente à falta de recursos, mas engloba diversos elementos como a desigualdade na distribuição de renda, a vulnerabilidade, a exclusão social, a violência, a discriminação, a ausência de dignidade.
  

 Veja o filme na integra: Um filme que relata o drama vivido por crianças de diferentes países, diferentes culturas mas com problemas sociais em comum.




REFERÊNCIAS



ALBIAZZETTI, Giane; BARBOZA, Sergio de G. Ciência Política. São Paulo: Pearson Education, 2009.

ARBEX, Marco Aurélio. Economia Política. São Paulo: Pearson, 2003.

FERREIRA, Claudia Maria. Fundamentos Históricos, Teóricos e Metodológicos do Serviço Social III. São Paulo: Pearson, 2009.

INTERNET: Redação PE 360graus<http://pe360graus.globo.com/noticias/cidadania
/solidariedade/2010/04/06/NWS,510679,25,288,NOTICIAS,766-INICIATIVA-ARCOVERDE-COMECA-MUDAR-VIDA-JOVENS-CATADORES.aspx> Acessado em 12/03/2012.

INTERNET: Revista Cinética<http://www.revistacinetica.com.br/biluejoao.htm> Acessado em 14/03/2012.

JUNCÁ, Denise. Ilhas de Exclusão. O Cotidiano dos Catadores de Lixo de Campos. In: Serviço Social e Sociedade. Ano XVII, Nº52, Dezembro de 1996.

SIKORSKI, Daniela. Oficina de Formação: Questão Social. São Paulo: Pearson, 2009.





[1] Revista Cinética.