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quarta-feira, 1 de maio de 2013

UM OLHAR PSICOLÓGICO: “ SOBRE OS MENINOS E MENINAS QUE MORAM NAS RUAS.”


Introdução

Durante o período de realização da pesquisa, “Um olhar Psicológico: sobre meninos e meninas que moram nas ruas”. Relatei em nossa cidade, situada a 244 quilômetros da capital Recife, uma realidade atípica das demais cidades regionais.
Não houve relatos de crianças moradoras de ruas. Há alguns programas assistenciais desenvolvidos em parceria: Prefeitura e Estado, outros mantidos por entidades filantrópicas ligadas a igreja católica, projetos direcionados a crianças e adolescentes.
Tendo sido o município, contemplado pela 2ª. vez consecutiva, com o selo do Fundo das Nações Unidas para Infância (UNICEF), como reconhecimento as ações que melhoraram a vida das crianças no Semi-árido nordestino.
Porém esta realidade é vivenciada  por poucos municípios. Cujo índice de crianças moradoras de rua é um dado notório. Causas sociais são as mais comuns, tais como:

Filhos de mães prostitutas.

 Os mesmos fogem ao descobrirem as atividades de suas mães, drama este que acarreta consequências psicológicas consideráveis.

Famílias com dependentes químicos, isto é, vícios das drogas.

Pais drogados tornam a vida dos filhos insuportável, estas crianças optão pela fuga do ambiente familiar buscando independência. Porém, infelizmente as drogas não sendo um mistério na vida destes menores, acabam por vezes, tornando-se toxicômano muito jovem.

Crianças cujos pais são mendigos.

Os filhos decorrente do meio em que vivem, na sua grande maioria, trilham o mesmo caminho. No entanto, esta perspectiva de futuro e mal aceita por alguns, que preferem fugir dessa realidade.

Filhos que tem pai ou mãe presos.

Acontece que enumeras são as vezes que menores vítimas dessa realidade, acabam sendo abandonadas, sem que haja uma preocupação das pessoas ou de outros familiares que convivem com eles. O mundo das ruas, muitas vezes é o ambiente acolhedor desses pequenos.

Crianças em perigo moral.

 Rejeitados pela família, por causa de delinquências seu afastamento durante um período por encarceramento, sobre tudo com crianças maiores é sempre catastrófica, acabam sofrendo diversas violências e abusos geralmente silenciados.

Menores deficientes utilizados como mendigos.

 São crianças   exploradas em atividades lucrativas, porém humilhantes. Estes fogem em busca da liberdade, almejam tornarem-se livres, visto que, possuem uma vida de regime semi-escravo. Em minhas pesquisas, identifiquei relatos de crianças deficientes, que haviam sido vendidas por aqueles que deveriam protegê-las, seus pais, para fins lucrativos ou sustentarem seus vícios.

Crianças mendigas utilizadas como acompanhantes de cegos.

Em alguns paises do 3º. Mundo a mendicidade e os acompanhantes de cegos, são  encarados como uma “ profissão”. Alguns desses menores fogem para roubar o dinheiro arrecadado, porém esta atividade é vista como uma moderna forma de escravidão.

Crianças escravas.

Os cativos ainda existem hoje, nos tempos modernos, identificamos em alguns relatos acima citados. Havendo outros “ mascarados” que são as vítimas de maus tratos domésticos, cárceres privados, abusos sexuais, pedofilia, entre outros. Na sua maioria são praticados por familiares ou pessoas muito próximas das vítimas.
Estes traumas são irreparáveis na vida desses pequenos.  Haverá marcas físicas, porém as psicológicas jamais poderão ser esquecidas ou apagadas.
Alguns, mesmo fugindo durante longos anos, tornam-se submissos, dependentes, desconfiados, tem dificuldades de socialização, não conseguem distinguir os sentimentos, outros isolam-se e fecham-se a um mundo próprio. São inúmeras as sequelas deixadas.
Os prejuízos sofridos por estes menores, são incalculáveis. Nas ruas caem rapidamente nas delinquências, prostituição, drogas entre outros. Passam a cometerem pequenos roubos em busca de saciarem a sua fome ou são obrigados pelos mais velhos a praticarem delitos. Tornando-se um hábito, no entanto, a princípio sentem medo. Entendem que, se forem pegos sofrerão agressões físicas e no extremo, poderão até serem mortos.
Para encorajá-los, utilizam-se de drogas de baixo custo e de todos os meios possíveis. Estes meios são particularmente perigosos, pois destroem o cérebro e ao final de alguns anos, essas crianças transformam-se em verdadeiros “Zumbis”.
As crianças menos corajosas são utilizadas para prostituição, caem facilmente nesta prática pois acreditam que os riscos são poucos e a possibilidade de lucro financeiro são maiores.
Estas crianças quando retiradas das ruas no início, ainda agregam valores morais, portanto, a probabilidade de serem tratadas psicologicamente com maior exodo, recuperadas e inseridas na sociedade e no âmbito familiar e bem maior.
Entretanto, a realidade que ocorre com outras crianças, que recebem os mesmos cuidados mas,  possuem um histórico de vida nas ruas muito longo é desanimador. As suas chances de recuperação são mínimas, mas possíveis. Estas criam um gosto pela falta de regras, limites e liberdade, apesar de todos os inconvenientes cotidianos enfrentados por elas nas ruas, e por vezes mesmo tratadas retornam as ruas e as  delinquências. 
Estudamos as tantas teorias psicológicas existentes no mundo,na tentativa de ajudar, amenizar e compreender a dor do outro. Dor vivenciada por tantas crianças todos os dias. Verdadeiramente na prática,  mergulhar neste sóbrio universo é algo  impossível, doloroso demais. E vivenciar esta realidade é algo que não queremos.  
             A ideia é, ser a diferença em um mundo no qual somos “treinados”, para aceitar as situações rotineiras ou cotidianas, como algo que não podemos evitar ou mudar. Atribuir aos acontecimentos culpados é fácil e confortante, a falta de planejamento familiar, a falta de políticas educativas, desemprego entre outros.
              Excluímos nossa parcela de culpa e responsabilidade humana, quando apontamos o outro como autor. Deixamos de nos preocupar com essa realidade, vivenciadas por estes meninos e meninas, violentados em  seus direitos, mutilados em sua dignidade, julgados e  condenados em sua moral e por fim exclusos de um mundo, o qual foi criado para que todos sem distinção habitem com igualdade de direitos. Prevenir para que não seja necessário tratar, esse é o caminho.
             É necessário doar-se e acreditar que um amanhã diferente, depende muito mais de nossa contribuição de hoje. Se todos compartilhassem dessa opinião, o futuro dessas crianças poderia ter sido diferente. “ Você pode ser a mudança que deseja ver no mundo.” (Ghandi).


Dados levantados no roteiro de perguntas


Para coleta de dados levantados neste roteiro de perguntas, foram utilizados: Pesquisas na internet, visita a Secretaria de Ação Social do Município (responsável pelas informações Senhora Edivânia), Fundação Terra ( Entidade Filantrópica no Município), Reportagens e Entrevistas de jornais e rádios locais.

1- Você já se deparou com crianças que moram nas ruas de sua cidade?


R – Sim, porem não são “meninos ou meninas que moram nas ruas”.São crianças de baixa renda ou nenhuma renda, que passam um período do dia nas ruas, acompanhadas com seus familiares ou responsáveis, mas retornam as suas casas.

2- Na sua opinião quais são os motivos que levam as crianças a morarem nas ruas?


R-  São inúmeros, mas entendo que a falta de planejamento familiar, seja a principal causa, visto que,  consequentemente acarreta todos os diversos motivos , violência doméstica, abusos sexuais; precoce contato com as drogas, prostituição, deliquência, abandono, entre outros. São crianças vítimas de famílias desestruturadas que sofrem as maiores violências, a qual geralmente ocorre em suas casas  por aqueles que deveriam pretegê-las. 

3- Existem em sua cidade programas de atendimento a crianças moradoras de rua? Se por acaso houver, que tipo de atendimento? 

R- Existem  projetos preventivos, isto é, programas direcionados a ocupar estes menores o dia inteiro. Em um período estudam e em um segundo horário participam de projetos desenvolvidos pela Prefeitura com uma parceria do Governo do Estado. Ocupando estas crianças em período integral. Projetos:

               O PETI é uma ação do governo com a Prefeitura municipal. Atualmente, as ações de proteção social especial às crianças e adolescentes vêm sendo transformadas em política pública e ações continuadas a serem executadas regularmente por meio do Sistema Único da Assistência Social - SUAS.
             A família que for inscrita no peti recebe uma bolsa mensal por cada filho, com idade entre 07 e 14 anos. Para isto, as crianças e adolescentes devem estar freqüentando a escola e a jornada ampliada, ou seja, em um período, as crianças e adolescentes devem ir para escola e no outro período devem ir para jornada ampliada, onde elas terão um reforço escolar, além de desenvolverem atividades esportivas, culturais, artísticas e de lazer.
             A família poderá permanecer no programa pelo prazo máxima de 4 anos, que passam a contar a partir de sua inserção em programa e projetos de geração de emprego e renda.

 Projetos da Fundação Terra


               Responsável Padre Airton Freire de Lima nasceu em 29 de dezembro de 1955, em São José do Egito (PE). Ele foi ordenado padre em 1982, em Recife (PE). Ele é formado em Filosofia, Teologia e Psicologia. Mantidos por doações, entidade filantrópica.

 Alimento é Vida

 Comunitária da Fundação Terra fornece, diariamente, 645 (seiscentos e quarenta e cinco) refeições para crianças, gestantes e mães que amamentam. Atualmente, temos 500 famílias cadastradas nos programas alimentares desenvolvidos na Fundação Terra e que recebem cestas básicas (alimentos) duas vezes por mês. Lembramos que os projetos desenvolvidos na Fundação Terra são integrados para que os resultados sejam mais eficientes e atendam as famílias como um todo.

Sítios

A Fundação Terra dispõe de dois sítios de onde provém boa parte dos alimentos e da água utilizados nas atividades do dia a dia, nos Projetos aqui desenvolvidos – verduras, legumes, tubérculos, frutas, leite, mel de abelhas, carne, etc. Nestes sítios foram reativados programas de desenvolvimento pessoal e social com crianças – de 07 a 14 anos de idade – em situação de risco (vulneráveis aos vícios e a violência). Os meninos – onze crianças – ficam no Sítio Mimoso em regime de semi-internato, onde dormem, alimentam-se, freqüentam a Escola – 2ª a 5ª séries, realizam atividades recreativas e recebem aulas de reforço escolar dadas por um instrutor que passa a semana com eles. As meninas – quinze crianças – ficam no Sítio Malhada durante toda a semana, sob o acompanhamento de uma instrutora, onde além das atividades escolares e recreativas, também aprendem a fazer trabalhos manuais com bijuterias. Nos finais de semana, os meninos de Mimoso e as meninas da Malhada retornam às suas casas para o convívio das famílias.

Maternal

Neste espaço ficam as crianças com idade entre dois anos e seis meses a cinco anos. Sempre acompanhados de educadoras infantis, realizam atividades preparatórias à alfabetização (jardim da Infância), além do lazer, higienização e alimentação, têm acompanhamento médico-odontológico.

Christus Creche

Quando as crianças completam um ano de idade são transferidas para a Christus Creche, onde ficam sob os cuidados de educadoras infantis, em regime integral (durante todo o dia), possibilitando que suas mães realizem outras tarefas em casa e no trabalho (quando têm trabalho). Aqui elas são alimentadas, higienizadas e realizam atividades recreativas com acompanhamento pedagógico. No final de cada dia, suas mães vão buscá-las.

                                                                           Por: Ális Tatiana Minervino de Barros.

BIBLIOGRAFIA

SITES

http; psicologianaatualidade.kit.net






ARQUIVOS, REPORTAGENS E NOTICIAS

Radio Itapuama Arcoverde FM 99,3 Mhz

LIVROS
DAMATA, Roberto: A casa e a Rua,
Rio de Janeiro. Editora Guanabara, 1991.

FERREIRA,Aurelio Buarque. Novo Dicionario Aurelio,
 Rio de Janeiro. Editora Nova Fronteira, 1986.

SIKORKI,Daniela Rapazzo, Lisnea.Psicologia Social.
Pearson.2009.





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