1 INTRODUÇÃO
A importância dos estudos sobre
políticas públicas é muito importante no recente cenário sócio-político e
econômico brasileiro, principalmente quando se consideraparecer ser crescente a
preocupação em “saber” das políticas e melhorar seu processo de elaboração.
Na maioria das vezes, a vida
social encontra-se submetida à medida que o tempo passa, ao poder e objetivos
de acúmulo do capital. Com isso, as relações sociais acabam passando por imensas
transformações, que coloca na ordem do dia a necessidade de conhecer as
múltiplas determinações da realidade. Do ponto de vista da formação e do exercício
profissional, as questões a serem refletidas e aprofundadas pelo Serviço Social
se encontram no campo da economia, da política e da cultura.
A certeza da qualidade do
exercício da profissão de assistente social, que garante o atendimento às
necessidades e interesses da população, é muito importante numa época em que a
humanização da vida se funde com o consumismo. Assim, a Política de Educação
fortalece um dos princípios fundamentais do Código de Ética do/a Assistente
Social, no que se refere ao “compromisso com a qualidade dos serviços prestados
à população e com o aprimoramento intelectual, na perspectiva da competência
profissional”.
A política de educação é indispensável
em todas as profissões e áreas do conhecimento. No âmbito atual, a dinâmica e
complexa realidade em transformação produz aceleradamente questões que precisam
ser desveladas e analisadas.
2DESENVOLVIMENTO
O aparecimento e desenvolvimento dos
indicadores sociais está intrinsicamente ligado à consolidação das atividades
de planejamento do setor público ao longo do século XX (BAUER 1967, BUSTELO 1982).
Mesmo podendo citar as contribuições
mais importantes para a construção de um conceito sobre os Indicadores Sociais,
o funcionamento da área ainda é recente, tendo ganhado corpo científico em
meados dos anos 60 no bojo das tentativas de organização de sistemas mais
abrangentes de acompanhamento das transformações sociais e aferição do impacto
das políticas sociais nas sociedades desenvolvidas e subdesenvolvidas.
No Brasil, nos últimos anos,
as informações sociais e demográficas que são divulgados para que se formulem
as políticas públicas municipais, vêm apresentando uma demanda, no contexto da
descentralização administrativa e tributária em favor dos municípios e da
institucionalização do processo de planejamento público em âmbito local pela
Constituição de 1988.
Diversos municípios de médio e grande
porte passaram a demandar com maior frequência uma série de indicadores
sociodemográficos às agências estatísticas, empresas de consultoria e outras
instituições ligadas ao planejamento público, com o objetivo de subsidiar a
elaboração de planos diretores de desenvolvimento urbano, de planos plurianuais
de investimentos, para permitir a avaliação dos impactos ambientais decorrentes
da implantação de grandes projetos, para justificar o repasse de verbas
federais para implementação de programas sociais ou por pressão política da
sociedade local (melhoria dos serviços de transporte urbano, por exemplo) (JANNUZZI
& PASQUALI 1999).
O Município de Arcoverde
situa-se na Mesorregião Sertão Pernambucano, Região de Desenvolvimento Sertão
Moxotó. É considerada a porta de entrada do sertão pernambucano por sua posição
geográfica. Apresenta como limites ao norte, o estado da Paraíba, ao sul, os
Municípios de Buíque e Pedra, ao leste, Pesqueira e a oeste, Sertânia. Distante
da capital 254 km. Tem como principal via de acesso a BR232. Tem
aproximadamente 70% de seu território inserido na Encosta Setentrional do
Planalto da Borborema, com altitudes variando entre 600 e 1000m[1].
O Município possui o maior IDH da
região, com 0,708, sendo, portanto, acima do IDH da RD que é de 0,633 e acima
do IDH do estado de Pernambuco, que é de 0,6923. No entanto, embora apresente
condições socioeconômicas diferenciadas em relação aos demais municípios da
região, segundo dados de 2000, a renda per capita correspondia a R$170,86,
sendo que, 45,17% das pessoas de 10 anos ou mais de idade não possuíam
rendimentos, totalizando 89,16% aqueles que possuíam rendimento nominal mensal
de zero até três salários mínimos (IBGE, 2000).
Para que se possa investigar
e analisar os programas e políticas públicas é necessárioter ferramentas
metodológicas que auxiliem esse processo. Nesse sentido, os indicadores sociais
constituem-se em instrumentos de suma importância no que tange ao desenho,
desenvolvimento e avaliação de programas e políticas sociais. Portanto,
torna-se importante discorrer sobre a sua origem, natureza e proposta para que seja
possível a compreensão de sua utilização como ferramenta para a avaliação e o
monitoramento de programas e políticas públicas.
O IDEB é um índice que
combina o rendimento escolar às notas do exame Prova Brasil, aplicado a
crianças da 4ª e 8ª séries, podendo variar de 0 a 10. Arcoverde está na 3.836.ª
posição, entre os 5.565 do Brasil, quando avaliados os alunos da 4.ª série , e
na 3.379.ª, no caso dos alunos da 8.ª série. O IDEB nacional, em 2011, foi de
4,7 para os anos iniciais do ensino fundamental em escolas públicas e de 3,9
para os anos finais. Nas escolas particulares, as notas médias foram,
respectivamente, 6,5 e 6,0[2].
Um dos principais
pressupostos da Política de Educação é relatado na citação a seguir:
É necessário ter claro qual o perfil que
mais se adequa aos valores que a profissão defende e à perspectiva
emancipatória e libertária que a profissão vem construindo, dentre eles o do/a
profissional que conhece suas competências e imprime qualidade técnica às suas
ações com uma direção crítica clara e consciente, de modo a superar a histórica
vinculação da profissão com o conservadorismo (GUERRA, 2011).
Desta forma, acredita-se que
a Política de Educação deve se ater a uma dimensão política e pedagógica de
reafirmação de valores e conteúdos que expressem a direção social estratégica
da profissão.
Ou seja, a educação se
constitui em um importante instrumento para a construção e qualificação de
ações cotidianas no exercício da profissão e na sua capacidade de organização
política. Dessa forma, é necessário reconhecê-la também como instrumento
fundamental de luta política e ideológica.
A Política de Educação faz
com que a formação voltada para a qualificação do exercício profissional, alcancedimensões
maiores da organização política da categoria.
[...] a moralidade da educação
socialista se preocupa com a mudança social de longo alcance racionalmente
concebida e recomendada. Seus preceitos se articulam com base na avaliação
concreta das tarefas escolhidas e da parte exigida pelos indivíduos em sua
determinação consciente de realizá-las. É desse modo que a educação socialista
pode definir-se como o desenvolvimento contínuo da consciência socialista que
não se separa e interage contiguamente com a transformação histórica geral em
andamento em qualquer momento dado. Em outras palavras, as características
definidoras da educação socialista emergem e interagem profundamente com todos
os princípios orientadores relevantes do desenvolvimento socialista (MÉSZÁROS,
2008, p. 89).
Então, a principal tarefa do
Serviço Social é reafirmar e expressar a importânciada direção social da
Política de Educação nos caminhos do projeto crítico da profissão. Basta ainda,
potencializar as diferentes ações e iniciativas coerentes com o projeto de
formação profissional, que não se encerra na graduação. Pelo contrário,
coloca-se na rica e complexa dinâmica das relações sociais, a fim de produzir
respostas coerentes com o compromisso profissional de qualidade dos serviços
aos/às usuários/as, bem como o caminhar ético-política na intervenção dos
assistentes sociais do Brasil.
A formação profissional se dá em tempo
e espaço construídos historicamente, que se apresentam hoje como aspecto
contingente da ação humana, em vez de se constituir como elemento fundamental
da sociabilidade. Isso se expressa na própria noção sobre a formação do ensino
superior atualmente proposta, que deixa de ser a “[...] descoberta da verdade
histórica, a busca do saber universal, passando a ser denominada pelo saber
‘pragmático e instrumental’, ‘operativo’ ‘internacionalizado’, produzido sob
encomenda para que as coisas funcionem” (IAMAMOTO, 2000, p. 51).
Com tudo isso, a questão social,
que são indicadas de acordo com as Diretrizes Curriculares reafirmando as
produções acadêmicas do serviço social, e constituindo como base para a base da
profissão, pois é por meio da sua apreensão crítica que se articula todo o
processo formativo voltado para as dimensões teórico-metodológica, ético
política e técnico-operativa da profissão, considerando a sua natureza
interventiva e investigativa.
3CONCLUSÃO
Conclui-se que a elaboração
da Política de Educação para os assistentes sociais, propõe a incidir cada vez
mais no trabalho profissional cotidiano, se infiltrando no campo das
estratégias de enfrentamento a este cenário avesso aos direitos, na medida em
que proporciona aos/às assistentes sociais no exercício da profissão a
possibilidade de consolidação de uma proposta de formação continuada e
sustentada na defesa do trabalho e dos profissionais.
Espera-se que a tarefa
política em que a conjuntura se impõe, por saber que as implicações que a
Política de Educação possa apresentar no que concerne à própria condução do
trabalho profissional na atualidade.
Além disso, espera-se também
que os avanços teóricos, éticos e políticos que é alcançado na profissão de
assistente social, bem como a construção da Política de educação, baseada nos
indicadores,sãoreferendados quando este afirma que a categoria profissional não
dispõe de suficientes canais e circuitos que operem uma efetiva socialização de
tais avanços, numa escala preocupante, a distância entre as vanguardas
acadêmicas e a massa dos profissionais de campo.
Entretanto, é preciso que se
apontem cada vez mais os caminhos para além de ações isoladas e cursos
fragmentados, por meio da adoção de orientações nacionais referentes à
capacitação profissional, e este é um papel importante que a Política de
Educação e o Serviço Social têm a cumprir.
Por: Ális Tatiana Minervino de Barros.
Por: Ális Tatiana Minervino de Barros.
4 REFERÊNCIAS
BAUER, Raymond. IndicadoresSociais. Cambridge: MIT Press, 1967. Disponível em: <http://www.cedeps.com.br/wp-content/uploads/2011/02/INDICADORES-SOCIAIS-JANUZZI.pdf>
Acesso em 24 set. 2013.
BUSTELO, E.S. Planejamento e Política Social. In: BROMLEY, R. & BUSTELO, E.S.
Política X Técnica no Planejamento. São Paulo: Brasiliense/UNICEF, 1982,p.132-152.
Disponível em:
<http://www.cedeps.com.br/wp-content/uploads/2011/02/INDICADORES-SOCIAIS-JANUZZI.pdf>
Acesso em 24 set. 2013.
GUERRA, Y. O Projeto Ético Político do Serviço Social brasileiro frente às
demandas do ensino superior. In: Anais... IV Simpósio Regional de Formação
Profissional e XIX Semana Acadêmica de Serviço Social. Universidade Estadual do
Oeste do Paraná (UNOESTE – Campus Toledo), 27 a 29 de julho de 2011. Disponível
em: <http://www.cfess.org.br/arquivos/BROCHURACFESS_POL-EDUCACAO-PERMANENTE.pdf>
Acesso em 23 set. 2013.
IAMAMOTO, Marilda Vilela. Reforma do ensino superior e serviço
social.Temporalis, Brasília: ABEPSS, ano I, n.1, 2000. Disponível em:
<http://www.cress-sc.org.br/img/paginas/pep.pdf> Acesso em 24 set, 2013.
IBGE. Relatório
Municipal de Arcoverde - 2010. Disponível em:
<http://web.observatoriodasmetropoles.net/planosdiretores/produtos/pe/PE_Avalia%C3%A7%C3%A3o_PDP_Avalia%C3%A7%C3%A3o_Arcoverde_mar_2010.pdf>
Acesso em 23 set. 2013.
MÉSZAROS, István. A educação para além do capital. 2ed. São Paulo: Boitempo, 2008. Disponível
em: <http://www.cress-sc.org.br/img/paginas/pep.pdf> Acesso em 24 set,
2013.
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